Internet paga de Ipu está mais lenta? 10 Mega 'bit' x 10 Mega 'byte': qual a real velocidade da sua conexão?

Foto: Reprodução/Youtube


Não é raro encontrar pessoas com dúvidas sobre os planos de banda larga fixa. Em geral, as reclamações e questões surgem por conta das baixas velocidades fornecidas. De fato, existe grande incoerência sobre as taxas de download, pois, mesmo contratando um plano de 10 mega, a velocidade máxima parece ser até 10 vezes inferior ao contratado.

Do ponto de vista do cliente, a lógica é bem simples. Estou pagando por uma conexão de 10 mega, portanto meu plano permitirá downloads em uma taxa de 10 mega. Na prática, a história é um pouco diferente, pois mesmo com uma internet como essa, você vai ver os arquivos baixando a 1 MB/s — ou, às vezes, até bem menos do que isso.

E isso não é uma regra apenas para conexões de alta velocidade, sendo que o mesmo problema existe para quem contrata um plano de 1 mega, 5 mega ou qualquer outro valor. Mas, afinal, por que isso ocorre? Somos vítimas de propaganda enganosa? Como posso calcular a velocidade da minha conexão?

Um probleminha com unidades de medida

Existem diferentes formas de representar o tamanho de um arquivo. Uma música MP3, por exemplo, pode ter 5 megabytes, 5.120 kilobytes ou 5.242.880 bytes. Esses números representam a mesma coisa, sendo que o único ponto que realmente se altera é a forma de expressar a grandeza. O “kilo” representa 1.024 bytes, e o “mega” representa 1.024 kilobytes.

A ideia desses prefixos é facilitar a representação dos tamanhos, afinal ninguém fala que uma MP3 tem 5 milhões de bytes. Entretanto, no caso das conexões de internet, esses “megas” parecem dificultar a compreensão das grandezas.

Isso ocorre porque, em nosso dia a dia, estamos habituados aos bytes. Ao efetuar um download no Baixaki, por exemplo, seu navegador exibirá a velocidade em KB/s (kilobytes por segundo) ou MB/s (megabytes por segundo).

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Entretanto, por uma questão de marketing, as operadoras usam os bits na propaganda e, de certa forma, enganam o consumidor. E qual a diferença entre um byte e um bit? Bom, o bit é a menor unidade de informação. Um bit pode assumir os valores 0 e 1, algarismos usados como base para o sistema binário. Quando colocamos 8 bits juntos, obtemos 1 byte.

Assim, fica fácil compreender que um byte é oito vezes maior que um bit e que, portanto, o bit é oito vezes menor que o byte. Usando a mesma música MP3 que citamos anteriormente, ao converter seu tamanho para bits, obtemos o tamanho total de 41.943.040, que, por sinal, é um número oito vezes maior que 5.242.880.
A malandragem das operadoras

Assim como os prefixos “giga”, “mega” e “kilo” são aplicáveis aos bytes, eles também podem ser usados com os bits. Portanto, 1 kilobit contém 1.024 bits, e 1 megabit é igual a 1.024 kilobits.

Como estamos tratando de matemática pura, a diferença entre 1 megabyte e 1 megabit é a mesma de 1 byte para 1 bit, ou seja, o megabyte é oito vezes maior do que o megabit, bem como o kilobyte é oito vezes maior do que o kilobit. A regra vale para o giga, o tera e outros prefixos.

(Fonte da imagem: Reprodução/Oi)

Dessa forma, fica fácil entender o motivo de você contratar 10 mega e obter apenas 1 mega. De fato, as operadoras estão vendendo 10 mega, porém nunca é especificado que esse valor é em bits. A enganação acontece justamente nessa confusão de unidades.

Nós, consumidores, acreditamos que as conexões são em megabytes, mas, na verdade, as velocidades contratadas são oito vezes menores, justamente porque o megabit é oito vezes menor do que o megabyte.

Calculando a velocidade da sua conexão

Agora que você já pegou o macete, fica fácil entender a velocidade da sua conexão e fazer os devidos cálculos, mas, para não restar dúvidas, vamos dar um exemplo:

Jogue na sua calculadora o valor da sua conexão. Caso você tenha contratado um plano de 10 mega, digite 10; Depois, use a operação de divisão e divida o 10 por 8; Pronto, agora você sabe que a velocidade máxima da sua conexão é de 1,25 megabytes.

Se você contratou um plano de 600 kilobits, basta efetuar o mesmo processo, mas tenha em mente que o resultado obtido será em kilobyte.

Operadoras deverão entregar pelo menos 80% da velocidade contratada de internet

Terminando o cronograma iniciado em 2012, as empresas deverão entregar pelo menos 80% da taxa de transmissão média e 40% da taxa de transmissão instantânea.

Os valores estabelecidos pela Anatel são bem rígidos quando comparados com padrões internacionais. Em conjunto com usuários que se inscreveram no site Brasil Banda Larga, a agência realiza medições durante todo o mês e estabelece um índice de qualidade da conexão através de um roteador instalado nas casas dos clientes.

Por exemplo, se uma operadora oferece uma banda larga de 10 Mb/s ao cliente, ela deve atingir a média mensal de 8 Mb/s. Essa média é tida com base na taxa de transmissão instantânea, que representa o momento exato em que a conexão é medida. 

Nesse caso, a taxa de transmissão instantânea mínima seria de 4 Mb/s, mas a velocidade oferecida no restante do mês deve ser mais alta para que a operadora cumpra a meta.

Os índices de taxa de transmissão são exigidos tanto na banda larga fixa quanto em conexões de internet móvel, como 3G e 4G. No caso da fixa, o programa também mede a latência, jitter (variação de latência), perda de pacotes e disponibilidade (se uma conexão cai, por exemplo).

As exigências na banda larga fizeram com que as operadoras investissem mais em qualidade do serviço prestado. No Portal do Consumidor, todas as medições realizadas pela Anatel estão disponíveis e categorizadas por local, permitindo que o cliente escolha a operadora com os melhores índices de sua região.

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Fonte: Adaptado dos blogs Tecmundo e Tecnoblog
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Sobre Dr Rárisson Ramon

Rárisson Ramon, de Ipu - CE de nascimento e criação, é acadêmico de direito, faz participações em rádio e é blogueiro.
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