Coluna Professor Cláudio César: "O Carnaval e suas Origens"

Colunista Professor Cláudio César

O CARNAVAL E SUAS ORIGENS


Estamos em pleno período carnavalesco, com blocos desfilando pelas ruas quase que diariamente e a mídia enfatizando a proximidade do reinado de Momo.

Talvez poucos conheçam as origens do Carnaval. Tentaremos, nessas breves linhas, dar uma ideia desse grandioso evento que, no Brasil, domina todas as atenções.

Recorrendo à História, vamos ver que o Carnaval teve origem na Roma antiga, sendo, posteriormente, incorporado pelo Cristianismo, que o situou no período de festividades que ocorriam entre o Dia de Reis e ao que hoje conhecemos como Quarta-Feira de Cinzas. Em Roma, o evento era conhecido por "Saturnália", no qual um "carro naval" percorria as ruas da cidade enquanto pessoas utilizando máscaras realizavam jogos e brincadeiras.

Para a Igreja Católica, o termo Carnaval passou a significar "adeus à carne" ("carne vale") e está vinculado à celebração dos prazeres terrenos. Somente no ano de 1091, quando a Igreja oficializou a data da Quaresma, o Carnaval passou a ser visto como uma antítese ao comportamento reservado à reflexão espiritual que caracteriza o período quaresmal.

Na Idade Moderna, os bailes de máscara, as fantasias e os carros alegóricos foram incorporados à festa. No Brasil, o Carnaval chegou apenas no século 17, sob o nome de entrudo. Como acontece ainda nos dias de hoje, o entrudo se baseava no conhecido mela-mela, onde as pessoas sujavam umas às outras com ovos e farinha de trigo. Na época da escravatura, as famílias brincavam em casa e os escravos, nas ruas.

Com a declaração da independência do Brasil, em 1822, o entrudo, de raiz colonial, passou a ser visto como algo negativo e atrasado. Por isso, a partir da iniciativa de intelectuais, artistas e imprensa, houve um rompimento com a tradição colonial, na segunda metade do século 19, e a adoção no país de modelos de festa trazidos da Itália e da França, já com o nome de Carnaval (que teria o sentido de "adeus à carne"). Entraram em cena, então, os bailes e os desfiles nas ruas com alegorias.

A partir de 1935, com o crescente centralismo estatal determinado pela Revolução de 1930, começou-se a sufocar a espontaneidade popular submetendo os desfiles populares a regulamentos, horários e trajetos a serem cumpridos à risca. Ganharam destaque, a partir de então, os desfiles das escolas de samba, principalmente no Rio de Janeiro.

Atualmente, o prestígio alcançado pelos desfiles de carnaval, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e a disseminação das chamadas micaretas, ocorreram novas transformações no evento. Alguns críticos chegam a afirmar que o sentido popular da festa perdeu lugar. Apesar dessas mudanças, esse quatro dias do calendário são aguardados com muita expectativa. Seja pela expectativa do festejo, ou pelo descanso. 

Eis aí, prezado leitor, um breve histórico do Carnaval, festa que, no Brasil, ganhou proporções bem mais significativas do que em outros países


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Sobre Dr Rárisson Ramon

Rárisson Ramon, de Ipu - CE de nascimento e criação, é acadêmico de direito, faz participações em rádio e é blogueiro.
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