Redes de supermercados contribuem para pobreza no campo, diz estudo

Comunidade de Baixa Larga, Ipu-CE, região agrícola.

As grandes redes de supermercados também são responsáveis pela pobreza e pelas condições precárias de trabalho na cadeia de fornecedores de alimentos, onde estão trabalhadores rurais e pequenos e médios agricultores. É o que revela o relatório Hora de Mudar – Desigualdade e sofrimento humano nas cadeias de fornecimento dos supermercados, lançado na quinta-feira (21/06) pela organização não governamental Oxfam.


De acordo com o relatório, a concentração do mercado global de alimentos acaba “espremendo” as cadeias de fornecimento pelo menor valor dos seus produtos, restando aos trabalhadores e produtores uma renda insuficiente para uma vida digna, trabalho análogo à escravidão e perda de suas terras. Enquanto os supermercados ficam com uma parcela cada vez maior do que é gasto em suas lojas, em alguns casos, cerca de 50%, a parcela que fica com trabalhadores e produtores rurais pode ser menos de 5%.

“O resultado é o sofrimento humano generalizado entre mulheres e homens que produzem alimentos para supermercados em todo o mundo. Do trabalho forçado a bordo de navios de pesca no Sudeste Asiático, passando pelos salários miseráveis nas plantações de chá indianas, até a fome enfrentada por trabalhadores das fazendas de uva na África do Sul, o desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas é muito comum nas cadeias de fornecimento alimentar”, diz o relatório.

O Brasil foi um dos países incluídos no levantamento feito pela Oxfam. Segundo a organização, atualmente, um em cada quatro copos de suco de laranja consumidos no mundo vem do Brasil. O preço do produto aumentou mais de 50% nos supermercados americanos e europeus desde a década de 1990. No entanto, o valor pago a pequenos produtores e trabalhadores rurais no Brasil chega a apenas 4% do valor de venda final.

O documento é a base de uma nova campanha global da organização para denunciar a exploração econômica e cobrar mudanças na distribuição dos ganhos deste segmento, para melhorar a remuneração dos trabalhadores rurais e pequenos produtores, as condições de trabalho e a desigualdade de gênero na cadeia de fornecedores de alimentos na América Latina, África e Ásia.

O relatório completo está disponível na página da Oxfam Brasil.

Comunidade de Baixa Larga, Ipu-CE, região agrícola.
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Fonte: Agência Brasil
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Sobre Dr Rárisson Ramon

Rárisson Ramon, de Ipu - CE de nascimento e criação, é acadêmico de direito, faz participações em rádio e é blogueiro.
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